Ao longo dos anos já entrei na casa de muitas pessoas, e não apenas fisicamente. Entrei em histórias, emoções e fases da vida.
Vi o reflexo de alegrias e de dores silenciosas impressas em cada parede, em cada escolha (ou na ausência delas).
Aprendi que o espaço nunca é neutro.
Ele fala. Ele guarda. Ele mostra.
Já projetei para quem não conseguia se desfazer de nada, e percebi que no fundo, ela não conseguia se despedir de uma fase da vida.
Teve quem precisasse recomeçar depois de uma separação, e o espaço novo pedia leveza… mas também força.
Teve quem buscava aconchego, mas se cercava de elementos frios, rígidos e distantes do sentir.
E teve quem dizia “não sei o que está errado aqui”, mas o fluxo da casa revelava bloqueios, falta de luz e acúmulo.
Aos poucos, fui percebendo que os projetos que eu recebia também eram mensagens para mim.
Cada casa, um espelho.
Cada cliente, uma parte da minha própria jornada.
Aprendi que projetar também é ler histórias silenciosas e ajudar a reescrevê-las com consciência e amor.
É acolher o espaço como extensão da alma e compreender que uma casa bem resolvida pode curar o que, às vezes, nem sabemos que precisa ser curado.
Se você sente que sua casa já não te representa mais, talvez ela esteja apenas te convidando a olhar para dentro, convidando a alinhar o interior com o exterior, para que volte a ser abrigo e cura…💛
Luana Serafim
Designer de interiores Integrativa